sexta-feira, 18 de junho de 2010

Medronhos

"« A Serra ... e esses medronheiros, que de produzirem fruto tão maduro, por vezes, embebedam as cabras »"

A citação descrita conduziu-me aos anos de 1958 e 59, melhor, aos bons momentos passados no Curso de Milicianos na Escola Prática de Engenharia em Tancos, com o Castelo de Almourol bem perto. Meses inesquecíveis, ricos na formação militar e pessoal. Que para além da exigência e responsabilidade do Curso ( um dos objectivos era classificação Boa?, boa não, Óptima, e porquê? para garantir o regresso ao " Puerto ", «carago», - é que do outro lado do rio estava a chama do !!! Amor ??? ), permitiram momentos de prazer, aventura, convívio e novos amigos.
E qual a razão de abordar os " Medronhos "? É que num dos fins de semana lá passados um grupo resolveu alugar no café lá do sítio - o meu amigo Chaminé diz que era ou é " O Aringa " - bicicletas e encetar um passeio/aventura até à Barragem do Castelo do Bode. Memorável. Lá chegados e apeados ah que observar a Albufeira, Os Montes, a Paisagem e a Barragem. Passagem pedonal para o lado oposto e procura do acesso ao interior. Visita ciceronada à Casa das Turbinas, Geradores e Equipamentos. Admirável, positivo, frutuoso - "todos eram técnicos e da área metalomecânica".
No regresso foi com espanto que encontramos nas encostas « arbustos com fruto maduro », mais concretamente, medronheiros. Será bom? Logo uma voz disparou, bom? Se é. Ah que apanhar e comer. Deliciamo-nos e satisfeitos partimos. Qual o nosso espanto quando percorridos alguns quilómetros verificamos que o andamento das bicicletas era em zigue-zague. Em pé era um desequilíbrio pegado. Eh pá!!! Parece que estamos bêbados. Era verdade. Na entrega das bicicletas tivemos a confirmação. O dono do café confrontado com o nosso estado e alguns dos ditos frutos, exclamou, sim senhor, estão bonitos, lindo estado, completamente borrachos. Meus caros, toca a ir para o Quartel e cama para curar. Tenham cuidado, amanhã, 2.ª feira, depois da alvorada, têm de se apresentar sóbrios na parada. Remédio santo. Pelas 8 horas lá estávamos na formatura, mas cá com uma ressaca!!! Foi um gozo pegado e um dia duro de roer e passar.
Quem diria. Os «medronhos» pregaram-nos cá uma partida!!! Como tudo na vida, « há sempre uma primeira vez ».

2 comentários:

  1. Magnífica estória, Amigo Pedro!

    Fez-me lembrar a minha primeira "piela". Teria para aí 10 anos e pela primeira vez soube como era complicado encontrar e fazer o caminho de regresso a casa.

    Difícil, foi depois convencer os Pais que não tinha ido à adega...

    ResponderEliminar
  2. Meu grande Amigo:
    Deliciosa esta estória, da qual tive o prazer enorme de também dela ser "protagonista"! Bem hajas pela lembrança, e pela forma excelente como a contas! Parabéns!...mas muitas mais poderão ser contadas, não é verdade?
    Um abraço

    ResponderEliminar